Faz uns dois ou três dias que o noticiário só fala e mostra imagens do Haiti soterrado. Ninguém disse até agora que é para que você se sinta responsável. Como há a letra fria da lei, há também a inconsciência fria da notícia.
Graças às intempéries, a pauta mudou no Brasil. A mordaça à imprensa é - como diria o Guru Nacional do Palácio - "merda". Com algum requinte, poder-se-ia chamar de bolo fecal. O que, cá pra nós, é bem mais escatológico.
O que é mesmo que Lula foi fazer no velório de Zilda Arns? Ele é católico, espírita, umbandista ou coisa que o valha?!? É o quê?!? Coveiro, ele não é. Nem jardineiro, pois do contrário se daria mal com Tonico Calocci.
Então, foi fazer o quê por lá?!? E o tal programa dos direitos humanos, fica pra quando, vai pra onde? Como é que alguém que nunca fez nada em vida pode ser imprescindível na hora da morte?!? Lula, numa hora dessas, é absolutamente one way.
Não é nada, não é nada, depois dessa tragédia no Haiti, começa o campeonato paulista de 2010. Você precisa renovar logo o seu contrato com a SKY. Ou com a NET... quem sabe?!?
Mas, voltando ao Haiti... E se Ronaldo fenômeno não renovar com o Cortinthians, como é que fica?!?
O fato mais marcante nessa tragédia lá no Haiti é que nem Lula e nem Dilma faziam parte da Força de Paz brasileira bem acomodada em Porto Príncipe. Cadê a justiça nesse mundo?!? Esses dois não podiam estar longe de lá numa hora dessas...
Zé Serra, Ciro Gomes e Marina Morena que se pintou de verde também poderiam estar por lá - se não fosse em Porto Príncipe - pelo menos no epicentro, pô!
Todo o sentimento de comoção se esvai diante da realidade. Se os políticos podem agora prestar todo esse atendimento, toda essa atenção, por que não o fizeram antes?
Sabe quem foi salvo pelos escombros do Haiti? Zé Roberto Arruda. Uma avalanche de panetones não é nada diante de um terremoto. O que é dinheiro na meia, para um pé que não tem sapato?!? Agora, só se fala em Haiti, terremoto, epdiemia... Que saudade do Sarney, do Arruda, dos panetones...
ONU distribuirá alimentos para oito mil pessoas no Haiti. São nove milhões de habitantes flagelados. Oito mil são menos de 1% dos necessitados. Para tudo ficar 100%, uns 99% da ONU podem voltar para casa.