22 de jan. de 2010

Melodramas, rompimentos, terremotos e pára-quedistas

01. O fracasso do melodramático filme "Lula - O Filho do Brasil" já está empatando com o fracasso do programa Minha Casa, Minha Vida. Com esses desabamentos todos que andam por aí, é provável até que o brasileiro se arrisque a entrar nessa arapuca com cara de sonho da casa própria. Quanto ao filme, ele só serve para corroborar a vitupertação presidencial do outro dia: "O pobre tá na merda". E nem carteirinha da UNE ele tem.

02. Todo mundo sabia que aquela brincadeira de mão entre o PSol e o PV ia acabar em rompimento... Melhor para Marina e Heloísa, pior para Dilma. Agora o PV vai meter seus próprios votos, o PSol mete os dele e os de Ciro vão pro espaço, mas jamais irão para a Rouchefe da Casa Civil e do Palácio.

03. Os terremotos meio que se acomodaram no Haiti, mas os aguapés das ONGs companheiras boas e batutas estão se mexendo. Há uma inquietude satânica comendo as entranhas pelas margens haitianas. É muita grana chegando para que deixem por menos.

O mundo sério já viu que essas organi-zações deixaram seu status de pára-quedistas de ocasião para se transfor-marem em urubus à espreita de toneladas de ajudas humanimonetárias que chegam aos borbotões a Porto Príncipe, enviadas pelo natural espírito de solidariedade que cresce nessas calamidades.

E para piorar o que já é ruim, os holofotes da mídia ensandecida estão todos virados para lá. Essas organizações não-governamentais que só vivem e sobrevivem às custas dos governos querem mais é ser pautadas. E nada mais rápido, nem mais fácil do que uma ONG boa e batuta para ser filha da pauta.

Elas são umas filhas da pauta, mas não apenas para ganhar visibilidade; sua solidariedade - no mais das vezes - é como gargarejou Lula outro dia: "precisa se transformar em dinheiro". Sim, ainda há as tais honrosas exceções.

O diabo é que, desde que o mundo é mundo, as ONGs desonradas estão sempre ali do outro lado, naquela tenda do hospital de campanha que fica um pouquinho mais pra lá.