A disputa entre Brasil e Estados Unidos lá no Haiti não é apenas uma questão de beleza, de se mostrar quem é mais bonzinho e coisa e tal.
A batalha submersa entre as tropas de paz norte-americanas e brasileiras, não é por quem está sob os escombros. É pelo que está por baixo dos panos.
O Haiti ali do Caribe, de repente, é uma enorme arca do tesouro. Chega dinheiro de tudo que é lado. E ajuda humanimonetária que não acaba mais.
Ora pois, sabendo do jeitinho brasileiro de lidar com a corrupção e com o incomparável know how da rede nacional de lavanderias que banaliza escândalos, a ONU abriu o olho e, salomonicamente, repartiu o pão e o cobertor: cabe ao Brasil a missão de Segurança; a ajuda humanimonetária fica por conta dos Estados Unidos.
Pronto! Amorins e Jobins entraram em pé de guerra surda contra essa afronta inesperada. O que será de nossas ONGs - essas organizações não-governamentais, com um governo repentinamente pobre?!? O que é mesmo que elas vão ficar fazendo por lá? Sem a chave que abre o baú do novo Haiti, o Brasil vai ficar fazendo força pela paz que ele próprio acaba de perder.
O Brasil Da Silva é emergente; já não é pobre e nem "está na merda" - como gargarejaria seu mais alto mandatário. Peguemos, pois, nossas mochilas e cantís. Diante da melancólica e frustrante sensação de que acabam de nos bater a carteira, só nos resta uma voz de comando:
- Meia volta, volver!