5 de jan. de 2010

Câmara & Cascudos

METRÔ DE IPANEMA:
CABRAL NEGA HOMENAGEM A NEWTON MENDONÇA
Marcelo Câmara

O governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, ignorou, não respondeu não comentou, nem ao menos considerou a solicitação do jornalista Marcelo Câmara, feita há mais de três meses, por mais de uma vez, para que a Estação do Metrô de Ipanema, da Praça General Osório, na cidade do Rio de Janeiro, que está sendo inaugurada hoje, segunda-feira, pelo presidente Lula, recebesse o nome do pianista e compositor Newton Mendonça (1927-1960), “o mais ipanemense dos artistas brasileiros”.

A proposta do biógrafo de Newton seria uma homenagem – ESTAÇÃO NEWTON MENDONÇA – à memória e à obra do artista carioca falecido prematuramente aos 33 anos, que não dá nome sequer a uma sala de aula na cidade.

Newton Mendonça é o genial compositor, com Tom Jobim, de Desafinado, Samba de uma nota só, Meditação, Discussão, Caminhos cruzados e outros clássicos da Bossa Nova. A solicitação foi formalizada em carta fundamentada de três páginas, em nome da família do músico, de amigos e artistas contemporâneos que, com ele, construíram a Bossa Nova, e da comunidade do bairro.

Newton Mendonça – ao lado de Tom Jobim, de quem foi primeiro e principal parceiro e com quem formou a mais importante dupla da Bossa Nova – e de Johnny Alf, um outro amigo e precursor do estilo, é considerado por Câmara, “o principal compositor do gênero que abalou o País no final da década de 1950”.

Estavam prontos, se consultados pelo Governador, para apoiar totalmente a idéia, como “justíssima, urgente e oportuna”, entre outras personalidades da Cultura Brasileira: João Gilberto, Carlos Lyra, João Donato, Paulo Cesar Pinheiro, Luciana Rabello, Roberto Menescal, Tito Madi, Johnny Alf, Walter Lima Júnior, Nelson Pereira dos Santos, Juquinha Stockler, Thereza e Paulinho Jobim; os críticos Ruy Castro, Tárik de Souza, Nelson Motta, José Ramos Tinhorão e Zuza Homem de Mello; e os seus companheiros de juventude em Ipanema, o artista plástico Eduardo Sued, o poeta Moacyr Félix e o arquiteto Marcos Konder Neto.

À disposição para falar sobre o assunto, Marcelo Câmara.
21-9327-2313 e 21-2523-5989


Suíte

Amigos,

Abaixo vai a carta que o jovem Victor Lopes de Mendonça, neto de NEWTON MENDONÇA, enviou, em nome da família, às seções de Cartas dos jornais O Globo e Jornal do Brasil, não merecendo publicação.

A carta foi remetida aos veículos depois que a proposta, do jornalista Marcelo Câmara ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, de denominar ESTAÇÃO NEWTON MENDONÇA a estação do metrô da Praça General Osório, em Ipanema, não ter sido sequer considerada e respondida.

Cordialmente, Marcelo Câmara

NEWTON MENDONÇA: MAIS UMA PUNHALADA
Rio, 21 de dezembro de 2009.

Surpresa e decepção. Estas são as palavras que podem expressar o sentimento da família do pianista e compositor carioca Newton Mendonça (1927-1960), diante do silêncio e indiferença de mais de três meses do Governador Sérgio Cabral Filho à proposta do jornalista Marcelo Câmara, biógrafo do genial artista carioca, primeiro e fundamental parceiro de Tom Jobim, para que a Estação Metroviária da Pça. General Osório, em Ipanema, recebesse o seu nome: ESTAÇÃO NEWTON MENDONÇA.

A proposta, feita em nome da nossa família, dos artistas, seus contemporâneos, que com ele realizaram a Bossa Nova, e dos amigos e famílias ipanemenses, não foi sequer considerada e respondida pelo Governador, nem tão pouco levada em conta como sugestão de pauta por esse jornal.

Pianista revolucionário, compositor de vanguarda, Newton Mendonça, ao lado de Tom Jobim, é o criador dos principais clássicos da Bossa Nova como Desafinado, Samba de uma nota só, Meditação, Discussão, Caminhos cruzados, Foi a noite, Só saudade, O domingo azul do mar, entre outros.

A sua pequena, magistral e importantíssima obra, é reconhecida, gravada e aplaudida em todo o mundo. Considerado “o mais ipanemense dos artistas brasileiros”, o compositor nunca deu nome a uma rua, praça, a qualquer logradouro ou instituição pública ou privada, na cidade, no Estado ou no País.

Seria uma homenagem justa, oportuna, urgente, perfeita a esse carioca que viveu quase toda a sua curta e produtiva vida em Ipanema, onde nasceram seus dois filhos – Fernando e Renato – e onde ele produziu, sozinho e com Tom Jobim, quase toda a sua brilhante obra, monumento da nossa Música Popular e da Cultura Brasileira.

Newton Mendonça jamais foi lembrado pelos seus conterrâneos e pelos governos, nunca teve o seu nome gravado em um lugar público. No entanto, tal indiferença é recebida por nós como mais uma ofensa à sua preciosa arte, mais uma punhalada que recebemos, na condição de seus herdeiros e guardiães da sua honra, obra e memória, cotidianamente reduzidas, corrompidas e agredidas por parte da mídia e por certos “historiadores”.

Victor Lopes de Mendonça, neto de Newton Mendonça,seu pai, Fernando Ferreira de Mendonça (in memoriam) e sua mãe, Rosália Lopes de Mendonça.

SERVIÇO:
Marcelo Câmara (Marcelo Nóbrega da Câmara Torres) Jornalista, escritor, editor e consultor cultural.- Consultoria em Cultura, Direitos Culturais, História, Folclore, Artes, Música, Bossa Nova (História real, não oficial), Newton Mendonça, Ipanema, Angra dos Reis, Paraty, Rio Claro, Mangaratiba, Baía da Ilha Grande, Comunicação Social e Cachaça.- Trabalhos de revisão e editoração.- Consultoria Legislativa.e-mail: ilhaverde@ilhaverde.netweb sites: www.ilhaverde.net e www.pingadeparaty.comCidade do Rio de Janeiro - RJ - Brasil.