A questão que envolve, desde bom tempo, nada menos de R$ 10 bilhões, será resolvida por mestre Lula com fundamentos - segundo seus discípulos - de robustez "estratégica". Uma questão de Estado. Segurança aérea nacional.
A Aeronáutica tratou do caso como deveria: tecnicamente. Não tem comissão nisso e ainda fez de tudo para diminuir a porcentagem, digamos, de erro em uma compra que tem tudo para ser um desastre aéreo, antes mesmo que os caças de Sarkozy decolem.
Pela tecnologia, o recomendável seria - se é mesmo necessário - comprar os aviões da Suécia. A opção imediata, pelos mesmos parâmetros caberia aos aparelhos norte-americanos. Quer dizer, os Rafale não valem nada numa hora dessas.
Lula e Sarkozy, no entanto, aeronautas de escol, já cuidaram de tudo como um "projeto estratégico". E assim será decidido. Uma confissão de que, tanto quanto todo mundo, os dois sabem que estão fazendo o pior negócio. Melhor para eles. Agora, como se vê, a coisa toda virou apenas uma questão de puro bom senso.
Faz sentido, sim. Vá que, nessas brincadeiras de mão entre Lula e Hugo Chávez algo não dê certo aqui pelo Merdosul. O Brasil pode ter que entrar em guerra com a Venezuela... Aí, pronto! A compra dos caças franceses se justifica. Para enfrentar um Hugo Chávez qualquer a frota aérea de Lula não precisa mais do que esses Rafale novinhos em folha que já chegarão à FAB como sucatas voadoras.
É provável até que num combate desses contra os moínhos de vento arqui-inimigos do Brasil bastasse usar o Aerolula. Pelo menos, em caso de queda, ao invés de dois de cada vez, cairá um só.