Esse Plano de Direitos Humanos acabou sendo a primeira "punhalada nas costas" de 2010. Lula não diz nada, mas que doeu, doeu. E nem foi o Zé Dirceu quem mandou.
Quando escuta uma dessas, Dilma Rouchefe da Casa Civil apenas sorri. Comme d'habitude desde o lançamento de sua cínica pré-candidatura até agora. Ela ri de tudo. Riu até da entrevista de Celso Amorim, ontem à tarde.
Também não pegaria bem ficar séria numa hora daquelas. Inda mais para quem quer ser dona da casa Brasil a partir de janeiro do ano que vem. É a própria Dilma Lisa, com seu enigmático ar de Mona.
Mestre Lula, confiando em Franklin Sinatra Martins - seu Brutus caboclo, assinou o tal plano sem ler. Comme d'habitude (*).
(*) O galicismo fica por conta dos temores pela censura que vem aí. É uma forma de - para ser bem lulático - driblar a ira dos deuses brasileiros.
Então, como se dizia a alturas poucas, Mestre Lula assinou sem ler. Agora já sabe que não leu e não gostou. Mandou fazer outro. Não pediu nenhuma pressa. É que esse ele vai ter que ler. E para isso é preciso ter ânimo. E hábito.
Na leitura, o hábito faz o monge. Neste caso, Lula se parece um pouco fiel a São Francisco de Assis que certa vez se desnudou por completo e foi às ruas. Mas foi por humildade. Virtude escassa pelos brasís Da Silva.
Nesse angustiante momento de dedicação às letras, Mestre Lula decerto vai pular o capítulo que trata da mordaça à imprensa; que censura a liberdade de expressão. É que Lula é mestre, mas não é santo. Não fecha os olhos, enquanto os jornalistas lhe provocarem azia; não descansa enquanto a mídia não estiver como ele mesmo diz que está o seu povo: "na merda"!
Há um certo ar de desconfiança vencendo o medo nos corredores palacianos. Desconfia-se que Brutus foi influenciado pela nova Cleópatra nacional, mãe de obras inimagináveis. O seu sorriso permanente - desconfiam os anjos mais chegados - não pode ser apenas plástico.
Há arautos trombeteando que outras punhaladas virão. Mas a estocada de misericórdia será dada só depois que a sucessora acomodar-se na cadeira de espaldar mais alto do Palácio. Dali ela não sairá; dali niguém a tirará.
Mestre Lula esperará sentado, à beira do caminho, por longas e risonhas oito primaveras, antes que seus fundilhos voltem a aquecer aquele lugar e seus nobres pés transitem por aquele palco iluminado... Logo pelo seu poste preferido. Esse império tem mais Brutus do que a vã filosofia pode imaginar.
Os meus Brutucus - os meus são Brutucus mesmo - já avisaram que pela internet a gente vai continuar desfrutando de liberdade de expressão, mesmo que usando pseudônimos , o anonimato, ou um belo endereço internacional onde a fúria, o rancor da mordaça não nos possa alcançar. É o nosso Dilma way of life.
