27 de set. de 2010

República da Tesoura

O Brasil já não precisa mais que Dilma, a nova dona Solange e Franklin Martins - o Homem da Tesoura, concretizem o seu maquiavélico plano de estabelecer a censura e acabar com a liberdade de expressão nesse país, criando o "controle social das comunicações". Lula já fez isso por eles na semana passada. A imprensa já está sob censura prévia.


Ao vituperar em palanques de Norte a Sul da campanha da postulante Dilma ao Palácio do Planalto, Lula fazendo-se de cabo eleitoral, a única coisa que ele sabe na vida, avacalhou a imprensa cheio de azia: "Tem dias em que alguns setores da imprensa são uma vergonha. Os donos de jornais deviam ter vergonha. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos. Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública".

Quando o presidente de qualquer país abre a boca - mesmo que seja um notório irresponsável e ainda que seja para dizer asnices - provoca um efeito devastador em todas as camadas sociais. Na verdade, a besteira que ele joga na pá do ventilador, respinga com força de lei institucionalizada. E passa a valer. Depois é só garatujar uma assinatura à guisa de sanção para constitucionalizá-la. E a bosta passa a ser Geny.

E Lula disse mais: "Independentemente de quem seja o futuro presidente, um novo marco regulatório de telecomunicações precisa ser discutido". Quando um presideus rouqueja um vitupério assim, ele está determinando que seja feita a sua vontade assim na terra, como no céu.

Como, o crime organizado não é aquele que está atrás das grades, mas o que foi infiltrado nas artérias do Estado, a parte prostituída dos poderes republicanos passa a agir em cadeia, numa corrente de justiça fashion, aplicando tesouraços a torto e direito, até que todos se amoldem ao modelo ditado pelo supremo comandante boquirroto.

Para blindar o filho de Sarney, a justiça calou a boca do jornal Estado de S. Paulo; para proteger a quadrilha do Amapá, ligada ao mesmo ínclito senador e bem recomendada por Lula e Dilma, é proibido usar seus santos nomes em vão; agora, nada menos de 84 veículos de imprensa estão censurados por um desembargador do Tocantins que, por ironia ou deboche de premonição, se chama Liberato. O segredo de justiça está tão banalizado no Brasil, quanto qualquer escândalo dá uma banana para a honestidade no Brasil. Enfim, nos trouxeram de volta à República das Bananas.

Rádios, jornais, emissoras de TV, revistas - veículos de comunicação em geral - não podem realizar pesquisas-flagrantes eleitorais - como até o infausto governo Janio Quadros realizavam por aqui. Podem atrelar-se aos institutos de encomenda que colhem os dados que só contam a História Oficial. O próprio IBGE só divulga os seus resultados sobre qualquer assunto, depois de passar pela leitura atenta do Ministério da Verdade instituído pelo Planalto.

Essas sandices, em cascata, cometidas por presidentes tão despreparados para exercer a Presidência de um país que gazeteiam o expediente no Palácio para assumir o honroso cargo de cabo-eleitoral, tem efeito dominó.

A tesoura da censura prévia voltou ao Brasil. Lula da Silva a retirou da marmita que nunca usou como metalúrgico disfarçada de democracia. Dilma, Franklin Martins e seus amestrados já nem precisam mais perder tempo com o tal "controle social das comunicações". Ele já foi colocado em prática pelo governo Lula. É só fazer amanhã o que o PT mais sabe fazer: aperfeiçoar as idéias prontas. Não é preciso inventar mais nada.