A coisa é muito mais séria do que parece. A Máfia se infiltrou de tal forma nos poderes constituídos do Brasil que seu espírito já se incorporou ao Estado. E o pior: está tomando conta da alma da nação brasileira. A corrupção, a propina, a chantagem, a semvergonhice estão entrando pelas artérias da consciência nacional, como leucócitos que contaminam a população com a mais terrível praga de leucemia moral que debilita o País, já contagiado por um ataque permanente de linfomas.
O sangue brasileiro está aguado. O povo não tem ânimo, não tem força para repelir a moléstia que o aflige, sem alarde e sem dor, como a maioria dos cânceres que, quando a gente percebe, já nos consumiu. E os linfomaníacos mais que evoluem, proliferam.
O diabo é que esses linfomas que degeneram os organismos públicos, se transformam em receitas de generosas doses de salvação que são aplicadas em forma de voto. Escândalo, esperteza, chantagem, corrupção, propina significam plataforma eleitoral. Roteiro de trabalho de cabos eleitorais a bandeiras despregadas.
Agora mesmo, nesse caso da Bolsa-Famíglia de Erenice, o advogado Vinícius de Oliveira Castro - escafedido da Casa d'Irene - sócio de Israel, filho pródigo incansável de Guerra, foi apontado neste fim de semana pela alvejante Veja, como beneficiário de uma propina de R$ 200 mil, numa operação de compra, pelo governo, de Tamiflu - remédio contra a gripe suína. Vinícius achou a propina na gaveta de sua mesa lá no cartório da Casa Civil. Se persistirem os sintomas, ele vai procurar o ministro da Saúde mais próximo.
Esse barraco, essa maracutaia, esse escândalo, certamente vai ser transformado em mais alguns bons pontos de vantagem para os candidatos do governo nas próximas ecomendas de pesquisa eleitoral.
Mas, cá pra nós e pra torcida do Flamengo, o governo Lula e os comandantes da campanha de Dilma, estão perdendo o bonde da História. Já deveriam ter trazido à tona os bastidores - vulgo make off - das "negociações" e respectiva taxa de êxito naquela transação de compra dos eficientes caças, helicópteros e submarinos franceses. Esse é um negociozinho de mais de R$ 22 bilhões. Bilhões... 22 bilhões! Valeria bem mais a pena. E muito mais votos. Comme d'habitude.
RODAPÉ - Desde que foi alardeada pelo governo Lula, a gripe suína não matou 400 brasileiros, mas a febre amarela, a dengue, o mal de Chagas, Aids, tuberculose, lepra, continuam matando milhares de milhares de pessoas no Brasil. Só para que você não fique sem atendimento aqui no consultório sentimental do Liberdade de Expressão, como se fosse num hospital da rede pública, saiba que Tamiflu é um antiviral que o Ministério da Saúde comprou do Laboratório Roche, para combater a alarmista gripe H1N1. O negócio custou uma merreca em torno de R$ 35 milhões aos cofres do Brasil. Perto de 36 caças Rafale, esses 35 milhões não pagam nem o combustível, muito menos o nível de consumo da propina.
Quem sabe o governo manda Zé Temporão comprar uma partidazinha de remédio para cada uma dessas competitivas modalidades do esporte mais radical do País - a doença?!? Se persistirem os sintomas, é a sua vez de procurar o ministro da Saúde.
Quanto aos males da compra de caças do Sarkozy, da CPI afogada da PTrobras, da quadrilha dos amigos de Lula que estavam com Dilma no Amapá, da banda dos dossiês, da turma da quebra de sigilos, da quadrilha das ambulâncias, do enxame de sanguessugas, nem perca tempo. Essa epidemia não tem cura. Mas um voto cuidadosamente aplicado em outubro não faz mal pra ninguém. De qualquer forma, com essa gentalha, nós Tamiflu!