7 de set. de 2010

CÂMARA & CASCUDOS

PARQUE NEWTON MENDONÇA

RECEBE NOVOS APOIOS E ADESÕES

O jornalista e escritor Marcelo Câmara, biógrafo de Newton Mendonça, que idealizou e propôs ao Governo do Estado do Rio de Janeiro que seja denominado PARQUE NEWTON MENDONÇA o Parque da Bossa Nova, a ser construído no Leblon, zona sul do Rio, como homenagem à arte e à memória do pianista e compositor, informa que até a manhã de terça-feira, dia 7.9, já havia recebido apoios importantes de personalidades do mundo artístico e cultural. Entre as adesões já formalizadas estão as dos músicos e compositores Roberto Menescal, Tito Madi e Sérgio Ricardo; da cantora Cris Delanno; do artista plástico Eduardo Sued e do arquiteto Marcos Konder Neto, amigos de juventude de Newton em Ipanema; e dos historiadores e críticos Ruy Castro, Tárik de Souza, Ricardo Cravo Albin e Zuza Homem de Mello.

Ruy Castro registrou o seu vibrante apoio à proposta de Marcel o Câmara, escrevendo texto acerca do PARQUE NEWTON MENDONÇA em sua coluna na edição do último sábado, dia 4, na Folha de São Paulo.

Biógrafo de Newton Mendonça, Marcelo Câmara aguarda, para as próximas horas, as adesões expressas de João Gilberto, João Donato, do cineasta Walter Lima Júnior, do jornalista Nelson Motta, de Thereza Hermanny Jobim, viúva de Tom Jobim e do filho de Tom, Paulinho Jobim. Em 2009, Marcelo Câmara, sugeriu ao governador Sérgio Cabral que denominasse “Estação Newton Mendonça” à estação do metrô da Praça General Osório, em Ipanema, bairro onde Newton viveu quase toda a sua vida, nasceram seus dois filhos e onde compôs grande parte da sua obra. Newton Mendonça é considerado “o mais ipanemense dos compositores”. A proposta foi ignorada, nem sequer respondida.

O PARQUE NEWTON MENDONÇA é um projeto do arquiteto Jayme Lerner para o governo do Estado, a ser construído ao lado do 23º Batalhão da PM, no Leblon. A proposta da denominação foi feita por Marcelo Câmara em outubro do ano passado ao Governo do Estado, através da Secretária de Cultura, Adriana Rattes.

“Além da justa e perfeita homenagem, Newton teve uma forte ligação com o Leblon, bairro onde amou e fez boemia. Aguardo confiante, desde então, uma resposta da Secretária ou do Governador” – esclarece Câmara. Newton Mendonça (1927-1960), pianista revolucionário e compositor de vanguarda, foi o primeiro e fundamental parceiro de Tom Jobim, com quem formou a mais importante dupla da Bossa Nova.

O carioca Newton Mendonça, na opinião de Câmara, é o principal compositor da estética que abalou o país na segunda metade dos anos 1950. Newton Mendonça, menino pobre e órfão, morto precocemente aos 33 anos, em 1960, deixou 35 músicas: 19 de autoria exclusiva (onze continuam inéditas), 15 com Tom (treze gravadas) e 1 com Fernando Lobo. Newton é o criador, com Tom, de clássicos como Desafinado, Samba de uma nota só, Meditação, Discussão, Caminhos cruzados, Foi a noite, Só saudade, Domingo azul do mar, entre outros, além de obras-primas exclusivas como Você morreu pra mim, Verdadeiro amor, Seu amor, você, Canção do azul, Nuvem, O mar apagou, Canção do pescador (vencedora do primeiro festival de música popular brasileira de âmbito nacional, promovido pela Record, em 1960) e Quero você, principal tema da trilha de Os desafinados, de Walter Lima Júnior. Tom Jobim já deu nome ao aeroporto internacional da cidade, ao entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas e a várias instituições e espaços de cultura e arte aqui e em vários estados. Newton Mendonça, ao contrário, jamais foi lembrado para nomear sequer uma sala de aula. Das sete músicas de Tom Jobim com mais de dois milhões de execuções no mundo, três são resultado de uma parceria de apenas sete anos com Newton Mendonça, três são de autoria exclusiva de Tom e uma foi feita com Vinicius de Moraes.
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Marcelo Câmara
(Marcelo Nóbrega da Câmara Torres)
Jornalista, escritor, editor e consultor cultural.
e-mail: ilhaverde@ilhaverde.net
website: www.ilhaverde.net
Cidade do Rio de Janeiro RJ Brasil