O bloco Pacotão, melhor criação carnavalesca dos antigos jornalistas de Brasília, já não é o mesmo há muitos carnavais.
O bloco nasceu nas mesas do bar "Chorão" que já nem existe mais, como forma de protesto escrachado dos jornalistas, para avacalhar a ditadura e driblar a censura. O Pacotão botava nas ruas o que os seus jornais não editavam. A rapaziada sabia o que era brincar com fogo. Não tinha medo de se queimar. Medo de ir em cana, tinha sim; de perder a boca rica, não.
Hoje tocado pelos redatores calamares, o bloco vem vestindo saia justa desde outros carnavais. No Pacotão Da Silva vai ser difícil cantar uma marchinha que dê uma bengalada em Zé Dirceu e seus 40 Mensaleiros; ou ver um trio momesco que carregue um poste iluminado. É provável que não haja, sequer, uma fantasia de pelego. Já de lobo em pele de cordeiro...
O enredo do Pacotão este ano foi salvo pelo gongo e alimentado pelos panetones do Arruda. O desfile vai voltar a ser engraçado.
O tema é idêntico aos roteiros dos outros anos mais recentes, aloprados e sem inspiração, mas desta vez a alegria dos novos caras-pintadas está garantida...
E os cargos dos modernos foliões também. No Brasil Da Silva, tudo é carnaval.
aVendo a cara de medo do vice de Arruda, o empresário Paulo Octávio na hora de assumir o governo do Distrito Federal é que a gente se dá conta: no Brasil já não fazem mais Sarneys como antigamente.
aPaulo Octávio: "Aceito o desafio e paro com a política". E com o resto que andam dizendo e filmando por aí, quando é que pára?!?
aEntrementes... A Beija-Flor, com dinheiro do governo Arruda, vai mostrar na Marquês de Sapucaí uma Brasília sem corrupção. A expectativa de Arruda, na "sala da diretoria" da Polícia Federal é ver pela TV o carro alegórico "50 Anos de Panetone".
aA única declaração de Arruda no interrogatório policial foi que "isso tudo não passa de um enredo de carnaval".