Em assuntos de eleições presidenciais, O DEM está para o PSDB, assim como o PMDB está para o PT. Um e outro fazem sempre o papel de bengala. Em casos mais agudos, chegam a ser promovidos a muleta. Já nas grandes subidas, alcançam o patamar de escada. Estão felizes assim. Gostam de estar no Poder, mesmo que não estejam no topo.
O PMDB se contenta em ser vice de Dilma Roucheffe-da Casa Civil e do governo Lula; o DEM se conforma em entrar no time de Zé Serra, seja lá qual for o jogo.
Agora mesmo, o DEM está jogando fora uma de suas maiores oportunidades de chegar à Presidência da República. Seus dirigentes estão deixando passar o bonde da fortuna à frente dos seus narizes chimbés.
Parece até que ainda não entenderam que o fator mais importante da popularidade de Luiz Inácio Lula da Dilma foi a banalização dos escândalos.
A propina dos aloprados, os dossiês escancarados, as falcatruas das obras inacabadas, as licitações fraudadas, os mensaleiros de Dirceu, os sanguessugas, os vampiros, os Vavás, os Lulinhas, os Delúbios, Silvinhos, Lorenzettis e os Freuds que não saem de cima, os top-tops, os amigos da sala ao lado, serviram sempre de fermento para a receita do bolo de popularidade sempre crescente de Lula - o Primus Inter Pares e Ímpares de todos os presidentes do mundo.
E o Democratas não aprendeu nada com isso. Está feliz da vida porque quando Arruda foi em cana já não pertencia mais às suas dignas fileiras. Está que não se aguenta de alegria porque agora vai se livrar de Paulo Octávio, em nome do medo que a imagem do partido seja contaminada pelo panetonismo que tomou conta da capital do Brasil Da Silva.
Burrisse! - escreveria Sidônio em versão Naçional.
O DEM poderia sacudir a poeira e dar a volta por cima: oferecer uma banana para os tucanos e dar uma lição no PMDB - o partido da carona oficial, lançando a sua candidatura própria à Presidência da República com uma chapa majoritária imbatível: Arruda/Paulo Octávio.
Eis então que surgiria, até que enfim, um par de vasos que - muito mais do que apenas ornamentar os salões ocupados por bacantes do presideus - se alçaria ao altar das divindades em nível de afinidade com o eleitorado pobre que está onde Lula diz que ele está, mas representa a esmagadora maioria dos que colocam a esperteza como ingrediente principal de sua decisão na hora de votar.
É, pois, chegada a hora de o DEM parar com esse nhénhénhém de querer moralizar Brasília De Arruda e o Brasil Da Silva e faça o que tem que fazer. O DEM que cumpra com o seu papel de salvador da pátria. Em outubro, surpreenda todo mundo e lance a sua vencedora candidatura majoritária, com a ajuda da voz rouca das ruas e com o grito tonitruante de sua própria independência:
Arruda e Paulo Octávio na cabeça, antes que o Brasil desapareça!