18 de fev. de 2010

ARRUDA VAI "RADICALIZAR" NA PÁ DO VENTILADOR

O calor em Brasília é grande neste verão, um dos mais quentes dos últimos anos na capital da República dos Calamares. Na "sala da diretoria" lá na sede da Polícia Federal então deve ser insuportável. Arruda já está que não aguenta mais.

Não aguenta solidão; não aguenta comer pizza ao invés de panetone; não aguenta o abandono; não aguenta o clima; não aguenta a reclusão, o isolamento; não aguenta mais o caldeirão sem cumprir pelo menos uma promessa na vida: radicalizar. E vai até mais longe do que prometeu só ao DEM. Vai radicalizar na pá do ventilador.

Diante do que lhe restou de detritos do Distrito Federal, já sabe o que fazer. Não vai chafurdar sozinho na lama. Deve ser só de raiva pelo ostracismo a que foi relegado pelos seus correligionários do DEM que ele ainda não revelou que a turma de supostos panetoneiros do seu governo não é só do partido que o botou na rua da amargura, quer dizer, nas grades da amargura. É o jeito que lhe restou para retaliar seus antigos, digamos, companheiros demos.

Dizem fontes atentas que há bom tempo, desde o início do Haiti que se abateu sobre sua Brasília, Arruda já poderia ter aberto as portas do set de filmagens do seu governo e mostrado a cara dos demais protagonistas e coadjuvantes dessa interminável série pornopolítica.

E alertam que não se pense, nem de longe que Flávia, a mulher de Arruda vai visitá-lo apenas como uma condoída motogirl de luxo, entregadora de pizza. Nos seus pit stops diários ela estaria cumprindo, diligentementemente, o papel de leva-e-trás que, um dia de certa forma, vai fazer bem ao fígado de todos nós e um mal tremendo aos propineiros de outros partidos que, sempre que se fazem de bonzinhos ficam péssimos, e ainda estão atrás da moita.

Se assim é, ou encontram uma saída honrosa para Arruda - mesmo que seja pela porta dos fundos do presídio - ou ele vai radicalizar na pá do ventilador o script de mais uma obra de vídeo-ficção que já estaria nas mãos do seu belo pombo-correio: figuras públicas e notórias de outras fileiras partidárias, inclusive da grei que o presideus Luiz Inácio Lula da Dilma tem a honra de presidir.

Conclui-se então que assim que esse bolo engrossado pelos ingredientes radicalizados atrás da moita chegar ao Palácio vizinho da Casa Civil, o presideus vai acabar desprezando o bolo de chocolate que os caras sujas lhe entregaram nessa quarta-feira de cinzas para que desse bolo no melífluo e solitário Paulo Octávio.

Tudo bem, Lula nunca vê nada, nunca faz nada, mas era só o que faltava - conhecendo seus aloprados como os conhece - não saber que panetone não é guloseima exclusiva da camada alta da torta sociedade política brasileira. Ele bem que sabe, a companheirada é chegada numa boa fatia e não tem medo de gordura nem de ser feliz.

Contam os perseguidores de notícia que em nome do fim de seu isolamento, Zé Arruda já estaria com as mãos cheias e, nas horas de banho de sol treina arremesso à distância. Vai tudo parar na pá do ventilador.

E quando a receita escatológica se espalhar, o Escândalo do Panetone ganhará outro nome. Deixará de ser exclusividade do DEM e, quem sabe em homenagem à participação das outras siglas, passe a atender pela digna e ecumênica referência de "Escândalo da Coalizão do Panetone".

O aguardado lançamento de "Arruda - O Filho do Panetone" ainda não tem data marcada. Tudo depende do dia em que o teimoso governante licenciado voltar a desfrutar do alcandorado brilho do sol da liberdade. Esse espetáculo de cinema, para a paz de Lula, por enquanto está passando pelo sine die. Em sala reservada.

É que a sala da diretoria é pequena para o sucesso de bilheteria que Arruda e seus sevandijas esperam alcançar com mais esta próxima atração, campeã de audiência. O Filho do Brasil não quer nem ouvir falar nesse tipo de concorrência. (www.sanatoriodanoticia.blogspot.com)