A precocidade foi com base no terrorismo previdenciário que os trabalhadores brasileiros sofriam, sofrem e continuarão sofrendo por parte dos burrocratas governamentais. Hoje, minha aposentadoria equivale a menos de quatro salários.
Amanhã será bem menos, até que eu seja - assim como você - um dos pagadores dos rombos e dos roubos da Previdência no Brasil.
Pelos cálculos do Dieese, com base nas cestas básicas de 17 capitais, e com respaldo na Constituição-Cidadã de 1988, o salário mínimo deveria ser hoje de R$ 1.987,26 - um pouco mais do que a minha, a sua, a nossa aposentadoria nos contempla.
Depois de 50 anos de jornalismo profissional, vejo-me condenado a trabalhar até o fim desses meus dias, desses meus anos de raiva e repulsa por esses demagogos antes baratos, agora ricos, metidos a pais dos pobres. Esse presideus não descansará enquanto o salário dos aposentados não empatar com o seu dadivoso Bolsa-Famiglia.
Resta-nos, no entanto, a liberdade de comprar nossa bengala para ter o prazer de, à guisa de voto, enfiá-la na urna dia 2 de outubro. A esse direito humano nós podemos nos dar. O salário mínimo da minha, da sua, da nossa aposentadoria é menos do que os R$ 510 que o governo Lula decretou com ares de grandeza e de bondade no fim de ano, ao baixar mais um dos seu AI-5 em forma de medida provisória. É muito menos do que a Bolsa-Presídio que beira os R$ 800.
Eu, você e mais de 25 milhões de aposentados - se tivermos um pingo de vergonha na cara, ao invés de voto, meteremos uma bengala em cada urna que nos obrigarem a usar em outubro.
Meteremos, sim... Se, lá de dentro das cadeias, os presidiários deixarem. Hoje, um celular é mais forte que uma bengala. Pelo menos para o presideus e seus apóstolos. De quem, qualquer aposentado estará livre, no dia em que for para o céu.
RODAPÉ - O Brasil não tem qualquer defeito que, por uma boa bengalada, não possa ser resolvido.