20 de jul. de 2010

O traje para o ultraje

Um partido como o PT, cujo presidente de honra é um transgressor contumaz da legislação, portador de meia dúzia de condenações e multas por desrespeito à Justiça eleitoral, não pode pretender altos níveis de campanha dos seus opositores.

Um partido como o PT, cujo mais honorável membro se desnuda do encargo presidencial para ser o reles cabo eleitoral de um poste, não tem como se sentir ultrajado e, muito menos, ter a desfaçatez de ditar o padrão ético daqueles que não fazem parte da sua facção, digamos, política.

Quem diz o que quer, ouve o que não quer; quem anda com quem anda revela-se aquilo que é e quem é. O PT acostumado a bater, não aguenta um simples ataque de Índio.

Antes de retrucar a tucanagem demoníaca jogando dossiês para atear fogo na taba, o bando petista deveria aproveitar para relaxar e gozar. Afinal, essa flechada que o acertou bem ali onde as costas perdem o seu digno nome, foi apenas um sinal da fumaça enviado por um pequeno guerreiro recém chegado ao ninho; uma bicada forte dada pelo último dos tucanos.

Mas o PT não é de levar desaforo pra casa. Já mostrou suas armas e iniciou a dança de guerra que mais gosta: pregar moral de cueca. E de cueca, o PT é imbatível.

Foto: R. Stuckert/PR-Dia do Índio
RODAPÉ - O grito de guerra já foi dado há muito tempo. A tribo dos Tucanos só disparou a primeira flecha. Em caso de conflito inevitável, o PT não só tem companheiros bons e batutas, como tem guerreira e até arqueiros de elite. Resta torcer para que todos tenham ótima pontaria e que nenhum dos lados desperdice uma flecha sequer.