7 de jul. de 2010

Brasil Surreal

Reprodução/Duplipensar
O Brasil político é surreal. Não é um país; é um mundo à parte. Aqui, os políticos que habitam o Congresso - grande casa de tolerância nacional, são todos fichas-sujas - salvo horrorosas exceções.

A maioria esmagadora responde a acusações de fraude, desvio de verbas, corrupção ativa e passiva, abuso de poder, tráfego de influência, tráfico de tudo um pouco, desregro econômico, vampiragens, sanguessugagens, compra e venda de siglas partidárias, distribuição de cargos como moeda de troca e outras 300 picaretagens consagradoras.

E são eles, in/justamente eles, os que decidem os destinos da nação. Eles fazem as leis; eles decidem sobre os salários da sociedade; eles determinam o que fazer com o Brasil em termos de saúde, educação, moradia, alimentação, previdência social, transporte, lazer, vestuário, higiene, qualidade de vida e, até - imagine só! - é essa pandilha de sevandijas que diz, manda e desmanda o que devemos ter e fazer sobre segurança pública!

Logo eles, razão principal, da insegurança que assola o país e condena a sociedade do bem para viver entre grades, enquanto eles imunes e a bandidagem impune, vivem livres, leves, soltos e na maior gandaia nacional. São eles que constituem a sociedade do mal - o crime oficial organizado, custeado por cartões corporativos e outras artes e manhas dos tais governos invisíveis. Invisíveis, porque acobertados pelo governo que se vê.

Pois é neles que, em outubro, os brasileiros maiores de 16 anos de idade estão obrigados a votar. São eles que fazem do voto - instrumento basilar das democracias - uma arma apontada para a alma do povo que, despolitizado, fere de morte a um só tempo, sua consciência e toda a sua esperança.

O que for feito em outubro, não será culpa do eleitor. Ele não terá escolha. Os partidos, facções perniciosas oficiais e intocáveis, já escolheram intramuros há muito tempo, os seus pares e ímpares por nós todos, votantes compulsórios de uma democracia de araque. Pior, de malfeitores.