Nada faz mais sentido, dentro do jeito PT de ser, do que João Vaccari Neto ser o tesoureiro do partido nas eleições deste ano. Ele tem todos os requisitos e pré-requisitos para ocupar o lugar que foi de Delúbio Soares em 2005.
Se é, para amanhã ou depois, estourar um escândalo das mesmas proporções daquele que saltitou de Delúbio, para Marcos Valério; de Valério para Dudas e Dirceus em profusão e em mensalões dos mais variados, então que o próximo barraco rebente para cima de quem não tem mais nada a perder.
Vaccari, para quem não dá bola para essas coisas, é presidente da Bancoop, cooperativa habitacional dos bancários investigada pelo Ministério Público de São Paulo sob suspeita - imagine só! - de fazer doações ilegais para campanhas eleitorais do PT.
Ele foi dirigente da CUT, a Central Única dos Trabalhadores, mas agora ele integra o Conselho de Administração de Itaipu. O que seria dessa hidrelétrica, se não fossem os seus conselhos?!
Para reforço de seu recomendável currículo é bom lembrar que em 2006, a Polícia Federal pegou no pé de Vaccar por seu, digamos, suposto envolvimento naquela aloprada tentativa de compra do dossiê antitucano, tão escandaloso que atendia pelo apelido maior de Pelicano. A Casa Civil, se chamada fosse a opinar sobre o caso, o trataria comme d'habitude de Banco de Dados.
A tesouraria no PT é um aparelho que bota pra quebrar. Quebra e dá risada. Tanto é que Delúbio Soares, figuraça do mensalão, anda por aí contando a sua preconizada piada de salão.
Dá risada, mas é réu do processo que corre a pernas curtas contra ele e suas circunstâncias no Supremo Tribunal Federal, por corrupção ativa e formação de quadrilha, o que - nos últimos anos da democracia Da Silva - não quer dizer absolutamente nada.
Voltando à vaca fria - não, não se trata dela ainda, é só uma forma de falar - é preciso dizer que a gestão de Vaccari na presidência da Bancoop está sendo sufocada por uma montanha de ações cíveis que lhe são movidas por compradores de imóveis da cooperativa.
Pagaram e não levaram. E os que foram mais fundo, receberam um arremedo do que fora adquirido.
A Bancoop está mergulhada numa dívida estimada - melhor, lastimada - em mais de R$ 100 milhões. A exemplo do que ocorre com as obras do PAC-1, Do PAC-2, do PiriPAC, muitos dos seus empreendimentos não foram terminados.
O promotor José Carlos Blat, patrono da investigação do Ministério Público de São Paulo, garante que há indícios de que a cooperativa desviou recursos para empresas de alguns dirigentes da organização. E eles, com absoluto senso de lisura e profunda dedicação partidária, repassaram a dinheirama para campanhas do PT.
Em 2007, ao instaurar inquérito criminal, o promotor denunciou que a Bancoop é "uma organização criminosa com objetivos político-partidários".
Os olhos do Ministério Público revelam que há, pelo grampo dos Autos, obras que nem sequer saíram dos rabiscos originais; num piscar de olhos foram reconhecidas mais de três mil pessoas lesadas, muitas das quais pagaram e não levaram.
Dentre essas engambeladas "pessoas comuns" não se encontram "pessoas não comuns" como o senhor Luiz Inácio Lula que, aqui deixa de ser Da Dilma, para ser Lula Da Marisa Letícia que por ele foi agraciada com uma cobertura de luxo no Guarujá.
Na calada da noite, a obra inacabada do apartamentão litorâneo, foi repassada com todos os direitos e garantias de entrega para a Construtora OAS - casualmente uma das empresas que fazem maiores doações para a tesouraria do PT e, também por mera coincidência, patrocinadora do grande fracasso de bilheteria "Lula - O Filho do Brasil".
Assim é que João Vaccari Neto na tesouraria de campanha do PT faz o maior sentido. Ninguém poderia esperar outra coisa. Principalmente, o PT. Vaccari faz sentido.
Ou a candidatura de Dilma Roucheffe não teria sido registrada com documento do PT no cartório do céu, assinado embaixo: Presideus.