12 de mar. de 2010

Despreparado para Fariñas e Zapata

R. Stuckert/PR
Fidel e Lula feliz da vida pelo encontro com seu guru, na pérgula da piscina em Havana, um dia depois de saber que um dissidente cubano havia morrido de inanição num cácere do regime castrista.

Cubanet
Preocupado, como anda, em mandar editar um Programa Nacional de Direitos Humanos aqui para o Brasil, Luiz Inácio Lula da Dilma, finge que não sabe que o regime dos seus amigos Raúl e Fidel Castro estão na expectativa de celebrar, mais tardar até amanhã ou depois, a morte de mais um teimoso grevista de fome.

O dissidente Guillermo Fariñas vive suas últimas horas. Fique certo: hoje, nem Lula nem o seu governo estão preparados para figuras humanas como Guillermo Fariñas e Orlando Zapata. Como ontem não estariam preparados para homens da estatura de Mahatma Ghandi e Martin Luther King.

Se acham que não, basta relembrar a cínica frieza do que pensa e disse o paladino dos pobres e oprimidos brasileiros, diante da camisa de onze varas em que foi colocado, justamente depois de curtir um regabofe castrista lá em Havana:

"Eu penso que a greve de fome não pode ser usada como pretexto de direitos humanos para libertar as pessoas. Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrassem em greve de fome e pedissem liberdade. Temos que respeitar a determinação da justiça e do governo cubano como quero que respeitem o Brasil".

A Guillermo Fariñas, ninguém prendeu. Nem mesmo com prenderam Zapata, por "desaforo e desacato à autoridade". Sua greve de fome - como a de Zapata - tem grandeza, tem sentido de humanidade, igualdade, justiça social. Virtudes que não se encaixam nos perfil de pequenos ditadores. Nessas horas, mais do que as palavras que denunciam as distorções de caráter, o silêncio e a inércia gritam a pequenez da alma e a voracidade desmedida pelo poder.

Enquanto isso, sem sequer de longe pensar em "sair da vida para entrar na história", os pequenos grandes hipócritas se transformam em monumentos de carne e osso, desalmados, erguidos em homenagem a tudo que pode viciar as virtudes. É nisso que consiste a diferença entre o homem honrado e um farsante. O honrado faz a hora, não espera contecer; o farsante espera a ocasião para dar o bote e destilar sua peçonha social..

A greve de fome e sede, o sacrifício às últimas consequências de Guillermo Fariñas - ainda que termine para castros e castrados - não tem fim. Comoverá os corações dos homens de boa vontade que fazem a verdadeira história da humanidade.

Para Guillermo Fariñas e Orlando Zapata, viver para os outros não foi apenas uma regra do dever, mas a lei da felicidade.