4 de abr. de 2010

VOX POPULI, VOX PRESIDEI & O PODE, NÃO PODE

01. Depois de se submter à retirada de um cisto benigno no lábio superior, Zé Sarney volta ao Senado nesta terça-feira para inaugurar a campanha de incentivo à concessão de licença-maternidade de seis meses pelas empresas. Sarney volta de alma lavada, com seu honorável bigode, mas sem o que tinha de melhor no corpo.

02. Depois de oito anos de governo, Lula inaugurou o encerramento da providencial 1ª Conferência Nacional de Educação. Gargarejou o velho discurso da dicotomia: estudantes pobres e ricos. Aos pobres, dessa vez, não disse onde ele já disse que andam; aos ricos chamou de babacas. Depois que soube da pesquisa Datafolha revelando que 59% dos brasileiros acreditam em Deus, Lula anda mais impossível ainda. Nem é para menos: se a eleição fosse hoje, Lula seria presidente e Deus ficaria em segundo lugar.

03. Vettel vence na Malásia e Massa assume a liderança do campeonato. Esse baixinho parece até o Emerson Fitipaldi: toda pista para ele parece um prato de mingau quente; vai comendo pelas beiradas.

04. Se Marina Morena, a que se pintou de Partido Verde, ficar nessa lenga-lenga de defesa do pé de alface, do sol sem sombra, da madeira que dá em doido, em outubro não vai chegar na frente nem de Ciro Gomes - esse patrício pilar de indecisão.
05. A Folha de S. Paulo manchetou: "Lula se dá por vencido e Temer será o vice de Dilma". Erro de origem: Lula jamais se dá por vencido; um presideus não perde, nunca! A menos que seja uma coisa assim, sobrenatural, como aquela derrota da CPMF, o imposto de achaque ao cheque. O certo seria noticiar: "Lula diz que se dá por vencido". Amanhã, poderia desdizer.

06. Investigadores e detetives particulares descobriram onde foi parar quela dinheirama toda da CPMF que nunca foi usada na Saúde pública: está atravessada até hoje na garganta de Lula.

07. Dos jornais: "Serra formaliza renúncia". Daqui pra frente, só vai formalizar denúncias.

08. Sempre que pode, o presideus divide o país em duas partes: o Brasil Rico e o Brasil Pobre. Sempre que pode, ele não diz que também divide a nação brasileira em duas: a civil e a militar. Sempre que pode, manda seus companheiros dizer que pegavam em armas e que foram torturados - e devem ter sido mesmo. Sempre pode, não diz o mesmo de si mesmo: era tipo assim de paz e amor e não aguentava um dedo de sofrimento, por mínimo que fosse.