10 de abr. de 2010

HITLER ERA UM CARA BOM...

Na quinta-feira, Luiz Inácio Lula da Dilma superou o verdadeiro Lula que se esconde sob o manto da democracia Da Silva que faz piada com o que quer que haja de mais sério em seu governo. Excedeu. Botou para fora o ditador contido que mora dentro dele: "...não podemos ficar subordinados ao que um juiz diz que podemos ou não fazer" - gargarejou, colocando-se acima da lei.

Como se não fosse um reincidente ficha-suja, portador de duas condenações pecuniárias - uma de R$ 5 mil e outra de R$ 10 mil - regorgou, assim como se não estivesse reincidindo na prática de ser um contundente e aplastante mau exemplo para a sociedade que deveria conduzir. Nisso, mais do que acima da lei, Lula se coloca acima da ordem.

A explosão de poder que não soube conter, foi no palanque armado para inaugurar o apoio do PCdoB à pré-candidatura de seu poste preferido, Dilma Roucheffe - hoje uma postulante petista à cadeira do presideus. Na vituperação, Lula criticou decisões judiciais como as multas - escassas e tardias - que sofreu do Tribunal Superior Eleitoral por propaganda antecipada.

Chora de barriga cheia. As penas já deveriam ter outro encaminhamento além de multas que serão pagas pelo cordão de puxa-sacos. Não fosse a complascência do TSE que deixou o abuso se transformar em uso, o contumaz infrator já não estaria - há muito tempo - inaugurando editais e pedras fundamentais por aí afora, no pior comportamento que um presidente já teve na história eleitoral desse país.

Isso é malhar em ferro frio. Não faz cócegas. Não faz rir, é evidente. Também não tira os dedos de ninguém que esteja acostumado em malhar à vontade; e a ser malhado como o malhou uma vez Mangabeira Unger - "O governo Lula é o mais corrupto da história do Brasil" - que até por isso mesmo, foi feito ministro pelo próprio Judas.

Dessa vez, no entanto, a coisa pegou mal. Ophir Cavalcante, presidente nacional da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil classificou o destempero verbal da verdadeira alma de Lula como "assustador e incompatível com a responsabilidade do cargo".

Ophir até emitiu uma nota oficial da OAB sobre mais esse triste desempenho circense do maior cabo eleitoral de Dilma Roucheffe. A linhas tantas, Ophir tenta ensinar ao destemperado governante:

"A desobediência à Justiça deve ser condenada porque a sociedade só é forte quando o Judiciário é forte. Devemos repudiar qualquer tipo de posicionamento que vise a amesquinhar o Judiciário e diminuir o seu alcance".

Outro que ficou por conta foi Fernando Cesar Baptista de Mattos, presidente Ajufe - Associação dos Juízes Federais do Brasil. Ele repudiou o gargarejo de Lula e puxou pela memória dos brasileiros: "Não é a primeira vez que comentários dessa natureza sobre decisões da Justiça Eleitoral são feitos pelo presidente".

Baptista de Mattos foi além: "ao ser multado pelo TSE, Lula deveria ser o primeiro cidadão a defender o cumprimento da Constituição Federal e das decisões judiciais, fazendo valer os princípios da harmonia e da independência dos poderes."

Sem medo de revanchismos - já que afeito a lidar com o lado desobediente e ruim da sociedade à caça de justiça - o presidente da AMB Associação dos Magistrados Brasileiros, Mozart Valadares Pires,
puxou as orelhas de Lula. "O que o presidente precisa saber é que todos os cidadãos, independentemente do cargo que exercem, estão subordinados à legislação brasileira. E ele, mesmo como presidente, não tem o direito de infringir a lei eleitoral" - disse, não mandou dizer.

Só para não passar batido nerssa rodada, o presidente do STF Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, deu as cartas e sentenciou: "todos nós estamos subordinados à Constituição e à lei".

Tudo isso, no entanto, só acontece porque o TSE foi complascente e sonolento com o mais flagrante e contumaz desrespeito à legislação eleitoral, com a mais desfacetada afronta aos adversários políticos e o pior exemplo a uma nação ordeira que um presidente teve o desplante de cometer nesse país. Lula se sentiu sempre imune e impune. Ficou possesso com duas multas que nem é ele quem vai pagar.

Meu irmão Luiz Renato, o Gordo era um dos maiores filósofos contemporâneos de mesas de bar. Muito maior que Lula filosofando, nem tanto quanto ele bebericando. Nascido no pós-Segunda Guerra Mundial e falecido antes de ver completar esse ciclo de oito anos de desregro geral, ele ironizava:

- Hitler era um cara bom... Só não gostava de ser contrariado.