Estava na cara que aqueles corínhas eram mais do que coroas na velha prática de ronca e fuça com os mausenhores de Arapiraca. Fabiano, de 20 anos foi filmado com a boca na botija por Cícero Flávio, de 22 e agora os dois querem bolsa-famíglia de luxo dos precursores brasileiros do bispo Luga, lá do Paraguai.
Nessa onda de filma daqui, grava dali, bem à moda escândalo do Panetone em Brasília, o advogado Daniel Fernandes, ao fazer a defesa dos vetustos e bem dotados Luiz Marques Barbosa e Raimundo Gomes, torna-se forte candidato a ser convocado por Dunga para ser goleiro da nossa seleção, na África. Ele defende o indefensável.
Com uma maquineta de áudio na mão, acusa os dadivosos ex-coroínhas de pedirem dinheiro àqueles a quem religiosamente obedeciam na hora de ajoelhar e rezar. Na gravação, um dos efebos quer saber do nobre causídico: - Quanto é que vale um escândalo desses?
O protagonista da fita é o padre Luiz Marques Barbosa, mas a estrela maior é Fabiano que consegue levantar o ânimo do venerando parceiro de 83 risonhas primaveras. Esses dois rufiões coroados estão é perdendo tempo. Ao invés de partir para extorsão, deveriam ter procurado fechar com os seus orientadores vocacionais uma parceria com patrocínio do Viagra e similares do ramo de alcova.
Quando o apimentado filme, fadado a um sucesso de bilheteria bem mais previsível do que o água-com-açúcar "Lula, O Filho do Brasil" foi exibido ao público na audiência da CPI da Pedofilia, na velha tarde de domingo passado, no Forum da Justiça Estadual de Arapiraca, o mausenhor Raimundo - feio de cara e bom de fundo - também denunciou a tentativa de extorsão. E endureceu, sem perder a ternura: - Eles só queriam dinheiro.
Bolas, será que ele pensava em casamento? Chutou o balde com os votos do celibato?!? Não há notícia, nem foram editados até agora os proclamas para uma relação duradoura, até que a morte os separe.
Raimundo foi adiante e revelou o que lhe foi pedido em segredo confessional: chegaram a exigir R$ 5 milhões para não jogar o vídeo na pá do ventilador e comer em tranca, engolir tudinho, para que nada fosse jogado fora.
Esse lado da história já está nas mãos do delegado regional de Arapiraca, Edno Ribeiro, da Polícia Civil alagoana: - Vamos apurar se o vídeo foi produzido para extorquir os padres ou para denunciá-los por abuso sexual.
O delegado está meio invocado: - Se o objetivo era extorsão, os ex-coroinhas vão ter que responder por extorsão. Até porque, o crime do qual eles foram vítimas, não pode encobrir outro crime que eles possam ter praticado.
Com se vê, meus caros, a linha de investigação do delegado Ribeiro é irrefutável: se o objetivo era extorsão, eles vão responder por extorsão. Simples assim. Nem Sherlock Holmes chegaria a tanto, em tão pouco tempo.
O goleiraço Daniel Fernandes tem, além da gravação, um documento - pode chamar aí de contrato extrajudicial - no qual os dois coroas e o mausenhor Luiz Marques celebram um acordo para evitar que o vídeo caísse no gosto do povo. Por ele o mausenhor dá sua palavra de honra de que pagaria R$ 32.250 pelo chá de sumiço do vídeo. Bobagem do comilão, esse tipo de coisa só vira barraco quando a equipe de dublês já entrou em ação. Tanto é que uma cópia do abrasivo documento já está com o delegado que escarafuncha a tentativa de extorsão.
Na gravação clandestina da conversa com Daniel Fernandes, os ex-coroinhas dizem que querem uma ajuda, porque foram abusados sexualmente pelos padres. Voz embargada pela emoção, ou pelo brilho dos olhos do advogado, eles dizem ao que vieram: - Estamos aqui para saber o que vocês têm a dizer né, fomos abusados, mas se vocês não quiserem resolver a situação entraremos na Justiça e tem a mídia que pode estar do nosso lado, né...
Fabiano e Cícero Flávio comunicam na gravação que além do primeiro vídeo de sexo com mausenhor Luiz Marques há mais um que ainda não foi mostrado; filmado no mesmo set com imagens em outros ângulos. Os dois pedem, na mão grande, R$ 5 milhões "para resolver todos os problemas". Em nenhum momento, há referências de que o dinheiro será empregado numa operação de aborto.
E aí, Cícero Flávio, cameraman da filmagem de Fabiano fazendo sexo oral com o mausenhor Luiz Marques, na casa do venerando religioso, em Arapiraca, é explícito: "Eu posso falar em nome de todos, estou autorizado para isto, que por R$ 5 milhões, nunca mais isto aqui virá à tona".
Na gravação, um deles diz que se afastou da Igreja por ter contraído o vírus da Aids e que a Diocese ao saber disso teria virado as costas para ele. Besteira do infeliz, parece até que só ele não sabe que esse é o legítimo vírus de bruços. Mas ele jogou bosta na Geny: - A casa do monsenhor Luiz Marques está servindo como motel e todos em Arapiraca sabem disto.
O escândalo veio à tona, no começo de março, com a apresentação do vídeo no programa "Conexão Repórter", apresentado pelo sóbrio Roberto Cabrini, do SBT. Além dos mausenhores Luiz Marques e Raimundo Gomes, também foi acusado de abusar sexualmente dos dois inocentes coroinhas o padre Edilson Duarte. Este - que o trem não pega - confessou o crime, confirmou as denúncias dos ex-coroinhas e agora está coberto pela delação premiada. Fede como se não se tratasse de delação.
Depois de dar com a língua - dessa vez - nos dentes e acusar de omissão dom Valério Breda, bispo de Penedo, o alcaguete de batina pediu garantias de vida: - Peço garantias de vida, porque o monsenhor Raimundo é muito perigoso.
Edilson Duarte, e os dois mausenhores foram afastados das atidades eclesiásticas que cumpriam nas horas vagas. O afastamento foi determinado por dom Valério que dessa vez não se omitiu; assim que o escândalo ganhou repercussão nacional e chegou ao Vaticano botou os três no olho da rua.
A trinca de safardanas hoje, com certeza, está tratando de excomungar Roberto Cabrini.