Na manhã desta segunda-feira, Roberto Freire, presidente do PPS, divulgou nota de repúdio à declaração da pré-candidata à Presidência Dilma Roucheffe - que não pára mais de mostrar as garras, sobre exilados políticos no período de ditadura.
Dilma, no palanque armado sábado pelos sindicatos em São Bernrado, disse que não tinha medo da luta e não fugia. A fanfarronice foi tida como uma crítica ao tucano Serra, exilado político na época: "Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta". A basófia foi sobre a ditadura, quando ela se caracterizou como clandestina.
Roberto Freire não vê diferença, no documento desta manhã, entre a declaração de Dilma e a do general Leônidas Pires Gonçalves, que chefiou o DOI-Codi durante a Redentora. O general afirmou que os exilados da ditadura eram "fugitivos", na entrevista que deu ao programa Globo News Dossiê, da GloboNews,
A nota assinada por Freire, diz em nome do partido que "Essa distorção infame do general contra os brasileiros que lutavam contra o regime ditatorial de 1964 e que tiveram que se exilar jamais poderia servir de mote para a insensatez de Dilma Roussef".
Na nota, o PPS presta solidariedade aos exilados que "viveram dias amargos longe da pátria, sem poder voltar".
O documento de Freire vai fundo: "Não bastou a declaração do Presidente Lula ao comparar o preso político Orlando Zapata Tamoyo, que morreu numa greve de fome em Cuba, com bandidos das nossas cadeias. Logo vem outra sandice, desta vez para macular a luta dos brasileiros exilados."
O assunto está rendendo repúdio e insatisfação de tudo quanto é lado.
A deputada aliada Jô Moraes (PC do B-MG), mais comedida pelo compromisso da coalizão, disse que o comentário "foi um equívoco".
O pré-candidato à Presidência pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, exilado à época no Chile, malhou a intérprete da nova Canção do Exílio: "É uma frase aloprada de quem nunca disputou eleição".
Hoje, usando de plena liberdade de expressão na internet, seus redatores Rouchefiaram explicações em seu nome sobre a mancada. "O exílio significou a diferença entre a vida e a morte para alguns exilados brasileiros". E resmungou embrabecida: "Querer dizer que eu os critiquei só pode ser má fé."
O que ela disse no sábado, na euforia de mais uma inauguração de evento sindical, deve ter sido apenas mais uma declaração de boa fé sobre direitos humanos.
O mais triste e perigoso de tudo isso é perceber que Lula realmente tenha ensinado o caminho para Dilma. Quando abre a boca diz o que lhe vai no fundo da alma. Depois desdiz. Nisso, os dois são diplomados.