O passado não tem idade. Para o PT, o passado ruim nasceu em 1964 e veio até 2002; o passado bom tem oito anos e é o filho caçula de Luiz Inácio Lula Da Dilma. Decerto, fora do casamento - já que dona Marisa Letícia não tem a menor presença nesse parto oficial de extração a ferro.
O que o governo do PT - que hoje atende pelo codinome de Campanha da Dilma - quer mesmo é persuadir a consciência nacional a glorificar esses notáveis oito anos luláticos - de banalização de escândalos - como se o Brasil inteiro fosse uma população de tontos. A sorte dos brasileiros é que Lula e Dilma aí estão, vivinhos da Silva, para demonstrar o contrário.
Melhor para quem seja candidato ao Palácio do Planalto é deixar que eles - pai e mãe do PAC-1, PAC-2 e PiriPAC a torto e direito, usem na TV e nos palanques toda a liberdade de expressão - que nos outros lhes dá azia - para mostrar que seu planejamento de futuro se resume a um reles passado de apenas oito anos.
O que sobra de bom para os brasileiros de boa vontade e aos homens de bem é que, numa hora dessas, apesar de todos os pesares, sempre lhes resta capacidade e energia para reparar com suas virtudes o males que lhe foram inoculados.
Não há maior trunfo para a campanha de Serra do que a verdade mais evidente dessa corrida rumo à Presidência da República: Lula, o maior cabo eleitoral de Dilma é o profeta do futuro de um passado de oito anos, sem capacidade de fazer história.