Agora, depois do palanque ufanista em São Bernardo, Dilma pergunta com a mesma ácida ironia de sempre: "De onde tiraram que fugir da luta é se exilar?".
Fácil, da mesma mesma boca que aprendeu com Lula Da Silva o caminho de desdizer o que diz quando isso lhe convem.
Fugindo de mais um mico, Dilma - a velha guerrilheira urbana se embrenha na selva de suas próprias palavras quando diz que não foge da luta. Que luta? Isso é eleição, ou uma guerra?!?
E, no uso e abuso da primeira pessoa, Dilma pavoneia-se beligerante nesse cipoal: "Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções".
Sim, sim, até quando muda de partido; quando sai de casamentos políticos; quando troca licenciaturas por doutorados; quando transforma um pleito em batalha.
Mas quem será mesmo que vai bater, torturar, maltratar Dilma? O brasileiro é do bem, tem bala na agulha, mas não pega em armas. Até nem gosta de quem pegou em armas, ou de quem fala como se estivesse armado.
Dilma se absolve querendo emocionar: "Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam". Mas, a voz de comando logo fala mais alto: "Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco".
E assim, em pleno presente, ao invés de se dirigir para o futuro, Dilma Roucheffe toma teimosamente o rumo do passado. Nem tem outra saída mesmo.