Lula, já com saudade do futuro, rouquejou novamente cheio de azia, contra a liberdade de expressão: "Só haverá liberdade de imprensa quando os políticos não tiverem medo da imprensa". Faltou dizer "os políticos da minha turma".
Quem não é mensaleiro; quem não compra nem vende voto; quem não se aproveita da coisa pública; quem não é companheiro bom e batuta, nada tem a temer da imprensa que, já tem o Código Penal brasileiro para julgar seus desacaminhos por tudo que for injúria, calúnia e difamação.
O que Lula mais teme, na verdade, é o desemprego a partir de janeiro do ano que vem. Mesmo com sua farta coleção de aposentadorias, nada será o bastante para lhe dar a visibilidade que sua vaidade desfruta há oito anos. Se Dilma chegar ao Palácio, em seguida a luz do poste se transformará em sombra para Lula. Se o ocupante da cadeira palaciana for Zé Serra, restará para o ego de Lula uma dieta de desprezo e abandono que o levará ao lado escuro da lua, cantinho do universo reservado aos criadores por suas criaturas.