2 de nov. de 2010

Teoria da Conspiração na Prática

Cerca de 1,5 milhão de pessoas no mundo sofrem de linfoma. No Brasil, a doença causa cerca de três mil mortes por ano. Na maioria dos pacientes, não é possível saber a causa do surgimento dos tumores. Claro, quando se trata de "pessoa não comum", tudo é possível. Até a cura. Ou não. As chances de salvação dependem de numerosas variáveis, como o tipo de linfoma - dezenas já foram caracterizados - e o estágio em que se encontra.


A História da humanidade é pródiga em relação às causas que levaram à sucessão súbita de governantes de todos os tipos - reis, presidentes, ditadores, chefes de Estado, genéricos e similares... Quase sempre os males não tiveram cura pela ingerência direta dos interessados mais próximos - vice-reis, vice-presidentes, filhos, irmãos, eminências pardas, amigos da mulher do rei... Nos casos mais traumáticos, mostra a história que, os agentes nefastos moravam sempre ao lado.

Dilma - todo mundo soube num dado momento, logo encoberto pelo manto do marketing eleitoral - é portadora de um linfoma domesticado pelos especialistas do SUS que habitam as melhores paisagens nosocomiais paulistanas.

Agora, se a boa e antiga guerrilheira Dilma começar a mostrar que a ponta de sua caneta é mais aguda que a velha baioneta, é bom que - ao retomar o necessário tratamento - fique atenta às doses das prescrições médicas que lhe chegarem de bandeja. Nunca se sabe, em momentos assim, quem é o portador da encomenda; quem é aquela "pessoa comum" que chega de branco e de máscara no rosto para aplicar a receita salvadora. Ou não.

Vá que, por um descuido ou por infiltração de raízes malígnas, o corriqueiro mensageiro hospitalar tenha sido contaminado pelo vírus da ganância pelo poder e sucumbido à "estratégia da coalizão pela governabilidade"... Ninguém sabe quem poderia estar por detrás daquela máscara. Vá a gente saber que não se trate do inimigo que mora ao lado.

Pois então... É público e notório que a presidenta Dilma tem um linfoma - que dizem muito bem curado. Notório é também que ela terá que retomar o tratamento - é de praxe e ela merece... Mais público ainda é que ela hoje tem o cargo de presidenta. Mas, o que se sabe, lendo a Constituição presidencialista brasileira, é que a sua sucessão só teria sequencia natural depois de decorrido um átimo de segundo após um ano e quatro meses do dia de sua posse.

Nesse caso, o vice-presidente assumiria. Dois segundos a menos de 16 meses, seria obrigatória a realização de novas eleições. Aí, qualquer um, ou todo mundo que seja filiado a um partido - talvez precise ter ficha limpa - poderia ser candidato. Inclusive, o Lula.

RODAPÉ - A história é prenhe de fins súbitos de grandes nomes da política, de reinados e de governos. Faisal II, do Iraque, Felipe da Macedonia; Joana I, de Nápoles; Henrique IV da França; Venceslau II da Boêmia, Xerxes da Pérsia; Indira e Mahatma Gandhi; Júlio Cesar, Domiciano; Abraham Lincoln, John e Bob Kennedy; Adolf Hitler, Benito Mussolini, Aldo Moro; Anastácio Somoza, Patrice Lumumba, Salvador Allende, Rafael Trujillo - esses e muitos outros pelo mundo afora. Por aqui, Getúlio Vargas, Castello Branco, Costa e Silva, Juscelino Kubitschek, Pinheiro Machado, Heitor de Alencar Furtado, Chico Mendes, Celso Daniel de Santo André, Toninho do PT, em Campinas...


Uns, daqui e dali, entraram para a história apunhalados pelas costas, outros por tiro, muitos por acidente em terra, mar e ar, alguns até por suco de laranja vencida. De bala perdida, só alguns cariocas comuns. O senador José Kairala, morreu pela falta de mira do colega Arnon de Mello que atirou em Péricles seu inimgo lá do Acre. Resumo da ópera: é preciso dormir sempre com um olho no padre e outro na missa. E rezar para saber bem direitinho quem se interessa mesmo pela sua saúde.